sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Revista ArtForum São Luís 400 anos



TIME LAPSE - SÃO LUÍS 400 anos
N°1 (Lagoa, Litorânea, Rua Grande, Renascença)



CHANSON DE L’ EXIL

Il est des palmiers en mon pays
Où chante le sabiá;
Les oiseaux ne chantent pas ici
Comme ils chantent chez moi.
Notre ciel a plus d’ étoiles
Plus de fleurs ont nos vals
Nos bois ont plus de vie
Notre vie plus d’amour aussi.
En y songeant, seul, la nuit,
J’ ai plus d’aise chez moi;
Il est des palmiers en mon pays
Où chante le sabiá.
Il est des charmes en mon pays
Comme je n’en trouve pas ici;
En y songeant ¾ seul, la nuit
J’ ai plus d’ aise chez moi;

Il est des palmiers en mon pays,
Où chante il sabiá.
À Dieu ne plaise que je meure
Sans être retourné là-bas;

Sans avoir retrouvé les douceurs
Qu’ ici je ne trouve pas;
Sans avoir revu mes palmiers
Où chante il sabiá.

Gonçalves Dias
( Coimbra, juillet 1843)
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Detalhe de uma das mísulas do balcão colonial do
Palácio Cristo Rei, 
da Universidade Federal do Maranhão
Fotografia de Ana Felix Garjan

Ode a São Luís, uma retrospectiva cultural.

Ana Maria Felix Garjan – Grupos ARTFORUM Brasil XXI
(Idealizadora e organizadora de duas bienais de artes em São Luís)

Nesse mês de setembro de 2012 celebraremos os 12 anos do Grupo ARTFORUM Brasil XXI e da 1ª Bienal Multicultural do Maranhão 1999 – Séc. XX.
Como o tempo é imaginário, parece que foi ontem, mas na realidade foi no século passado, que foram inauguradas as duas bienais de arte do Maranhão, que foram realizadas em São Luís- Patrimônio da Humanidade, para homenagearmos os 500 anos Brasil - 5 séculos, em 2000, bem como a história e a cultura brasileira, maranhense, ludovicense, na passagem para o 3º Milênio e para o século XXI.

1ª Bienal Multicultural do Maranhão 1999 teve como significativo a Sinergia dos Tempos: O Passado, o Presente e o Futuro, pois somente assim poderíamos nos referir à história da arte e da cultura brasileira. nessa bienal histórica, a primeira, e reuniu mais de cem obras de 80 artistas convidados pelo grupo de curadores que coordenei, por ter idealizado e organizado o projeto “Bienais de Artes Visuais do Maranhão”, que ficou aberta à visitação do público ludovicense, maranhense, brasileiro e de outros países, no Convento das Mercês, no período de 18 de setembro de 1999 a 25 de janeiro de 2000.

Não é possível esquecer a grande festa realizada na inauguração da 1ª Bienal de Artes do Maranhão, em 17 de setembro de 1999, quando o Convento das Mercês se tornou palco da cultura e arte internacional, pois contamos com a presença de autoridades, representantes de governos, universidades, academias, instituições oficiais, do diretor da Aliança Francesa, na época Guilhem Beugnon, as presenças de professores de arte, como do saudoso Ambrósio Amorim, um dos homenageados.

Lembramos a presença da Profa. Imair Baptista Pedrosa, curadora de algumas exposições, de outros professores e alunos de arte, e de centenas de pessoas, entre artistas plásticos, escritores, poetas, músicos, cantores, grupos folclóricos e empresas de comunicação que apoiaram o evento, como o Sistema Mirante de Comunicação, Jornal O ESTADO DO MARANHÃO, Jornal O IMPARCIAL, o Jornal Pequeno, e todos os jornais de São Luís, da época, bem como de algumas revistas brasileiras.

Os convidados de outros estados e países estiveram na noite de 17 de setembro de 1999, no Convento das Mercês, que foi chamada, nessa noite, “A Casa da História”, considerando o importante acervo de obras de arte e documentos históricos da república brasileira que ele abriga.

E o tempo – senhor da história - permitiu a realização da segunda bienal de artes, também de âmbito local, nacional e internacional. Em 22 de dezembro de 2001, foi realizada a abertura oficial da “2ª Bienal de Artes, Design e Arquitetura do Maranhão, Amazônia e Nordeste”, no Palácio Cristo Rei - área do Memorial Cristo Rei, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Nesse importante casario do patrimônio histórico maranhense, foi organizada a exposição do núcleo histórico da bienal, com módulos de vidro que abrigaram livros de autores ludovicenses, maranhenses, e de outros países da América Latina, de Portugal, França, Itália e Espanha, além de painéis, quadros e objetos de arte.

Os núcleos contemporâneos da 2ª Bienal de Artes, Design e Arquitetura do Maranhão, Amazônia e Nordeste, foram instalados no salão cultural do São Luís Shopping Center, na capital maranhense, no mês de janeiro de 2002.

Essa bienal de caráter multicultural teve amplo apoio da Universidade Federal do Maranhão e da Faculdade de Arquitetura da Universidade Estadual do Maranhão, de órgãos públicos do estado e fundações culturais.

As duas bienais foram organizadas, a partir de minha idealização e da apresentação de projetos à Reitoria da Universidade Federal do Maranhão, aos professores do Departamento de Artes, ao Mestrado em Educação e a outros setores da UFMA.

Os dois projetos e a realização das duas bienais foram desenvolvidos pelo Grupo Artforum Internacional São Luís e Associados/ NEAL/UFMA, cuja coordenação ficou sob minha responsabilidade, com o apoio dos Grupos ARTFORUM Brasi, que foi organizado antes da 1ª Bienal Multicultural.

Após 14 anos da primeira versão de arte internacional em São Luís- patrimônio cultural da humanidade, os Grupos ARTFORUM Brasil XXI organizam uma exposição de artes visuais (em versão virtual), para homenagear os 402 anos de fundação de São Luís, Veneza e de São Paulo, que foram inspiradoras de nossos projetos desenvolvidos na capital maranhense.

São Luís foi para nós, dos Grupos ARTFORUM Brasil XXI, a grande inspiração histórica, por ter sido tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO, na data de cinco de dezembro de 1997.

São Luís, cidade cantada em prosa, música e poemas de amor, foi em tempos passados, considerada Atenas Brasileira, Pequena Veneza, Cidade dos Azulejos e Ilha dos Amores.  Por influência da história romântica do príncipe dos poetas maranhenses, Gonçalves Dias, São Luís possui bela praça com um obelisco do poeta.

Em homenagem ao poeta, considerando que sou membro da Academia Caxiense de Letras, e minha cadeira de número 15 tem como patrono Gonçalves Dias, apresentei o projeto cultural “Galeria Gonçalves Dias”, ao então reitor da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, Prof. Aldy Mello de Araújo, que foi inaugurada em 25 de agosto de 1996, no prédio Palácio Cristo Rei, sede da Reitoria da UFMA, na época.

Para a inauguração da Galeria Gonçalves Dias, foi convidado pela Reitoria da UFMA o Prof. Valdir Jagmim, artista plástico do Rio Grande do Sul, residente em Brasília, para ser o curador – chefe da exposição “TEMPO” – Salão de Arte Contemporânea, em homenagem a São Luís – 386 anos, cuja exposição de arte coletiva de alunos, artistas plásticos maranhenses, de outros estados e países, marcou a fundação oficial do Grupo ArtForum Internacional, no âmbito da UFMA, através da PORTARIA GR. Nº 068/96-MR, que  me designou para exercer as funções de Coordenadora do Projeto ArtFórum São Luís Internacional e Associados, vinculado ao Núcleo de Estudos da América Latina. A portaria foi assinada pelo Reitor Prof. Aldy Mello de Araújo, na data de 11 de outubro de 1996, considerando o contido no Processo nº 8915/96-51.

O documento oficial que me nomeou como coordenadora do Projeto “Galeria Gonçalves Dias”, vinculado ao Núcleo de Estudos da América Latina, foi a PORTARIA GR. Nº 067 / 96-MR, assinada pelo Prof. Aldy Mello de Araújo, na mesma data citada anteriormente.

O prof. Valdir Jagmim foi uma importante presença para nós, para alunos, professores e artistas plásticos envolvidos na montagem da Exposição Tempo, e foi entrevistado pelo jornalista Clóvis Cabalau, do jornal O ESTADO DO MARANHÃO, antes do evento no Palácio Cristo Rei, que na noite de inauguração da Galeria Gonçalves Dias e da Exposição Tempo, contou com presenças especiais, como os mestres, já idosos, Antônio Almeida e Ambrósio Amorim, com a presença da acadêmica Lucy Teixeira, do vereador Ivan Sarney, e de artistas plásticos especialmente convidadas que tiveram salas com algumas de suas obras, em justa homenagem a eles.

A presença da Profa. Imair Baptista Pedrosa, da acadêmica Lucy Teixeira, do acadêmico e jornalista Ivan Sarney, do pintor Péricles Rocha – homenageado, com sua obra em destaque no salão do andar superior do Palácio Cristo Rei, bem como as presenças de professores e alunos do curso de Educação Artística, como Raimunda Fortes, Lurdimar Castro, e outros, no mesmo salão onde diversas obras de artistas de destaque estavam em exposição. Foram eles: Airton Marinho, Ana Borges, Edmar Santos, Edna Scarpati, Dila Diniz, Renata Jataí Casa Novas, Phelippe Lhuillier, Florenci di Peretti Schlommoff, e tantos outros artistas convidados que tiveram suas obras em exposição, no período de agosto e dezembro de 1996.

A partir de então, aconteceram outros eventos culturais importantes, tanto no espaço da Galeria Gonçalves Dias (andar superior), quanto no piso do Memorial Cristo Rei e do mirante do prédio, onde funcionava o espaço internacional do Núcleo de Estudos da América Latina – NEAL/ UFMA. Um dos mais importantes foi o I Salão Rosa Mochel de Artes, Literatura e Comunicação, de 26 de março a 18 de abril de 1997.

A Galeria Gonçalves Dias – ARTFORUM / NEAL/ UFMA mereceu apoio oficial, através de portaria do Reitor, que autorizava o funcionamento da Galeria, para as exposições de artistas plásticos de São Luís, de alunos dos Cursos de Educação Artística e Desenho Industrial da UFMA, bem como para os eventos culturais que seriam promovidos pelo Grupo Artforum Internacional São Luís e Associados, em parceria com professores, artistas maranhenses, brasileiros e de outros países.

Nos veículos de comunicação de São Luís – MA foram registradas matérias sobre a primeira galeria de arte em homenagem ao poeta Gonçalves Dias, que ficou pode funcionar no período de 1996 a1998, sem nenhum ônus para a UFMA. Mas após esse ano, os eventos culturais e artísticos na Galeria Gonçalves Dias foram suspensos no Palácio Cristo Rei, por déficit de visão histórica e cultural de alguns assessores da reitoria, o que muito se lamentou, no meio cultural - artístico ludovicence, inclusive pelo diretor da Aliança Francesa, na época, que sempre apoiou projetos de autoria do Grupo ARTFORUM Internacional São Luís e Associados. Por ser um projeto apoiado e reconhecido oficialmente, nunca deveria ter sido extinto, e até hoje lamentamos aquela perda ocorrida, cujo registro ficará na memória da cidade, que em lugar de expandir suas práticas culturais, foi constrangida a se tornar ainda mais reduzida.

Quando são organizados bons projetos adequados aos contextos históricos e portadores de elevado valor de arte e cultura, estes não deveriam jamais ser extintos, mas sim ampliados e apoiados pelas instituições e setores de cultura dos governos estadual e municipal, em nome da arte, da cultura e da história de uma cidade, de um estado, de um país.

Em 2001, com o apoio do Reitor Prof. Dr. Othon Bastos, foi instalado um importante núcleo histórico da 2ª Bienal de Artes e Design do Maranhão, Amazônia e Nordeste, no piso térreo do Palácio Cristo Rei, com a colaboração da coordenadora do Memorial Cristo Rei, Sra. Clores Holanda, que foi convidada da curadora da bienal, Ana Felix Garjan para colaborar com a exposição do acervo histórico dessa bienal.

Os projetos do Artforum Internacional São Luís e Associados sempre tiveram como referência, a história cultural brasileira e maranhense, e foram apresentados a diversas instituições e compartilhados com jornalistas importantes do Maranhão, para que os projetos das duas bienais tivessem o apoio das organizações de comunicação, e assim, fossem registradas nos contextos culturais de São Luís, do Maranhão e do Brasil.

Esses eventos tiveram destaque pelo seu caráter ético, seu elevado valor cultural e filantrópico, pois não tiveram fins lucrativos, em todas as suas versões realizadas sob minha coordenação, com responsabilidade e zelo pelas obras em exposição.

A partir de experiências que vivenciei em diversas exposições na Europa, desde a primeira, em Munique, em 1995, quando levei coleções de fotos da Exposição São Luís – Munique - “Gestos e Sentidos”, no período de maio a setembro de 1995.

As exposições foram apresentadas através de fotos e painéis de monumentos históricos, de detalhes arquitetônicos, como as mísulas do Palácio Cristo Rei e do Palácio dos Leões, casarios de azulejos, portas, janelas e mirantes, ladeiras, ruas e pessoas, cujas fotos foram expostas em diversas galerias institucionais na Alemanha, após a apresentação oficial, no consulado brasileiro na Baviera, com sede em Munique – Alemanha, no período de maio a outubro de 1995, e depois essas coleções ficaram expostas em espaços e galerias de Munique e outras cidades, em 1996.


Projetos de alto valor cultural são concebidos em nome da cultura e da própria história – Mãe de todas as artes. São Luís é uma ilha berço de história, tradições literárias, culturais e artísticas, por seus monumentos históricos e modernos, que pode mostrar ao Brasil e ao mundo suas condições de cidade privilegiada que é, por sua posição geográfica entre o norte e meio - nordeste brasileiro, que liga o Maranhão ao continente e ao mundo, através de um braço do mar atlântico do nosso planeta.

No Maranhão, há um grande deserto de areias e dunas douradas, em região próxima a São Luís, que são os conhecidos e admirados “Lençóis”. A cidade de Barreirinhas é o local onde fica o portão de entrada dos Lençóis Maranhenses, que faz parte do roteiro da OMT - Organização Mundial de Turismo, após São Luís ter sido tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, em dezembro de 1977. Lençóis é um Delta único das Américas, com sua grandiosa e exótica amplitude vista por terra e por espaço aéreo.


A cultura do Maranhão tem sido escrita em diversas áreas, formas e estilos. Mas, no momento atual desejamos destacar, lembrar e homenagear entre tantos nomes que ficaram nos anais da história do passado e presente do Maranhão, os ilustres Arthur Azevedo, e seu irmão Aluízio Azevedo, que muito honram a história da arte, teatro e cultura maranhense e brasileira, Coelho Neto, o poeta erudito e ecológico, Gonçalves Dias- príncipe das letras, que escreveu peça de teatro, o grande romancista Josué Montello, maranhense que presidiu a Academia Brasileira de Letras.

São tantos os poetas, escritores, acadêmicos, artistas plásticos, cantores, músicos, dançarinos, circenses, jornalistas e grupos produtores culturais, grupos folclóricos, e os artistas mais contemporâneos, que vieram somar e honrar o cenário da cultura maranhense e brasileira, em todas as expressões artísticas, que fica difícil, nessa oportunidade citar o nome de todos que merecem nossos aplausos.


Poéticas Contemporâneas de Ana Felix Garjan

ARTFORUM SÃO LUÍS 400

Projeto Universidade Telhados do Mundo
São Luís 400 anos

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