segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Homenagem a São Luís 402, por Ana Felix Garjan e Convidados




A DAMA QUATROCENTONA

Ana Luiza Almeida Ferro


Bafejada pelo vento mântico
ora sibilante
ora silente
no milenar balouço do Atlântico
por vezes bravio
por vezes suave
repousa uma dama na rede
a receber os navios
a despachar as marés
sempre a enroscar-se de sede
na Fonte do Bispo
na Fonte do Ribeirão
uma serpente em busca da cauda
sempre mítica
casualmente real
em cada pequena lauda
com água por todos os lados
a abordar a praia grande
a encher a lagoa encantada
no porto de todos os fados.

Da carruagem de Ana Jansen a dama
que os franceses embalaram
e fizeram sua
que os lusos conquistaram
e cobriram de azulejos
que os holandeses violaram
e deixaram nua
que os brasileiros cortejaram
e acolheram sem pejos
contempla o lento tecer das parcas
o tempo a deixar suas marcas
no chão que tantos pisaram
que tantos heróis cultivaram
com sonho, suor e sangue
no forte ou no mangue.

Do belo mirante a dama
com jeito de bacuri
da cor da juçara
com gosto de sapoti
de sotaque de zabumba
com cheiro de pequi
seduz os leões do poder
ouve os tambores e pede as mercês
acompanha a marcha da insensatez
pelas ruas e becos do Reviver.

Do alto das palmeiras a dama
da cocada, do cuxá
do boi, do cacuriá
de muitos sortilégios
e alguns privilégios
de fiéis ou venais pretendentes
de faustos ou ruços presentes
Atenas bem brasileira
ilustrada, festeira
filha de Japi-açu
dona do babaçu
avista a baía do santo
desce para o Largo dos Amores
do sabiá procura o canto
na igreja se veste de flores
lamenta os agravos com espanto.

E assim a grande dama
bem matrona
se senta à beira-mar
no conforto de sua fama
abre o leque e se abana
e deixa a História navegar.

E assim a grande dama
quatrocentona
se senta nas pedras de cantaria
onde o passado esconde a chama
solta os cabelos ao afago da brisa
e deixa a realidade virar fantasia.

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Casarios antigos de São Luís, semelhantes aos casarios portugueses.
Vista do Palácio dos Leões, à Av. Pedro II, setembro de 2014.

Mísula do balcão do Palácio Cristo Rei / Universidade Federal do Maranhão

Homenagem a São Luís, 8 de setembro de 2014, 402.


São Luís da humanidade

                                                                                     Por Ana Felix Garjan


Habitantes das cidades:
Vejam os ritos desta terra,
ouçam a voz dos pandeirões,
os sons e ritmos das matracas,
sintam o vibrar das calçadas,
dancem  os ritos enfeitados de fitas,
e toquem nas cores de São Luís!

Habitantes de outras terras:
Escutem os sons mágicos desta cidade,
façam reverência pras caixeiras do Divino,
rezem para o espírito das águas,
dancem com os brincantes de bumba – bois
e das festas encantadas de sons africanos!

Habitantes de todas as terras do mundo:
Venham mirar os mirantes azuis existentes,
Corajosos e testemunhas do tempo de São Luís,
Que teimosos observam os caminhantes das ruas
E pedem socorro aos filhos da cidade!

Habitantes de São Luís:
Esta cidade patrimônio da humanidade
é mistério, ilha encantada,
pedaço de terra solto no mar do leste,
é farol que ilumina e une sonhos
do lado latino e da Europa ocidental.

São Luís, berço sagrado:
Tua cidade será palco iluminado de justiça e paz
na primavera dos teus 402 tempos, dias e noites,
segue teu tempo, sonho, transporta espaços,
tu és poesia, rito e paixão para quem te ama,

Escuta São Luís, meu amor:
acordei no dia da noite encantada,
fui à casa dos sonhos, acendi faróis nas tuas águas,
escrevi pauta de sinfonia, fotografei tua alma, energia,
toquei uma canção, cantei uma poesia, pintei teu coração.










Nas fotos acima:
Palácio dos Leões e o Palácio da Justiça Clóvis Beviláqua, à Av. Pedro II, 
Centro de São Luís - Maranhão.


Homenagem ao escritor, romancista e ex-Reitor da UFMA,
Josué Montello. ( foto por Ana Felix Garjan)



São Luís, 08 de setembro de 2014 - 402 anos de fundação


Revista Ludovicense - São Luís 4 Séculos

Grupo ARTFORUM Internacional - São Luís e Associados
Direção de Edição: Ana Felix Garjan.
(Socióloga, escritora, poeta, artista plástica e fotógrafa maranhense)

domingo, 7 de setembro de 2014

Amanhã, dia 08 de setembro: São Luís 402, por seus poetas e artistas


"Nada há aí de comparável à beleza e às delícias desta terra, bem como a fecundidade e abundância em tudo o que homem possa imaginar". (Claude d'Abbeville).

A Fundação de São Luís, oficialmente, data de 1612, época em que navegadores franceses ocuparam a região e construíram o Forte de São Luís, em homenagem ao Rei-menino Luís XIII. A partir desse feito há 4 séculos, a ilha foi batizada de São Luís.

Amanhã, dia 08 de setembro de 2014, São Luís será homenageada por seus 402 anos de fundação.

Em dezembro de 1997, o centro histórico de São Luís foi tombado, pela UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Exposição "Luzes e Nuances de São Luís 402"
(virtual)
Por Ana Maria Felix Garjan e Convidados






Nas fotos acima, lampiões coloniais, em frente ao Palácio De La Ravardière
 e ao Palácio dos Leões, (antigo Forte de São Luis),
à Avenida Pedro II, centro da cidade ludovicense.






Placa em homenagem a um dos fundadores de São Luís,
na estátua do navegador francês Daniel De La Touche,
Senhor De La Ravardière.




Estátua de Daniel De La Touche, em frente ao
Palácio De La Ravardière,

 à Av. Pedro II - Centro de São Luís, 402.


  Revista Ludovicense - São Luís 402 anos 

Coordenadora de Edição: Ana Felix Garjan
Direção de Edição:
Ana Maria Félix Garjan
anafelixgarjan.artes2010@gmail.com